quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Tudo novo, Blog sendo renovado, preparando-o para um 2009 cheio de bons textos, grandes amigos, poesia, novidades...

Em Dezembro estaremos nos preparando para 2009, mas assim que o mês passar aqui estarei eu com novos silogismos e prometendo leituras assíduas dos blogs de todos vocês...

Obrigado pelo apoio e confiança!!

sábado, 6 de setembro de 2008

Liz (bela)

A vida de Liz estava um caos, pelo menos ela achava isso. Relacionamentos fracassados, amigos que não a entediam, se via em um mundo em que era desconhecida, em que ninguém conseguia vê-la como ela realmente era. Uma estranha no ninho.
Ultimamente tem visto o mundo como um filme de películas, em que ela atua apenas como expectadora, sem emoção e nenhuma vontade de participar desse tão agitado, mas desinteressante jogo de viver. Não agüenta mais viver no meio de pessoas que não tem nada a ver com ela, pessoas que há pouco tempo atrás eram do estilo odiado por ela.
- O que aconteceu comigo? Em que eu me transformei? – se pergunta Liz em frente ao espelho – Hoje parece que “sou” o que não sou. Por isso me sinto tão estranha. – E apagou a luz e foi se deitar, já estava tarde.
No dia seguinte, a mesma rotina a oprimiu durante todo o tempo, piadas que não agüentava mais ouvir, comentários maldosos que a irritavam, vozes que a faziam querer sair de perto.
- Preciso mudar, preciso me modificar, preciso voltar a ser eu. Só preciso voltar a ser eu mesma. Vou atrás de gente nova, pessoas legais, música boa. Vou voltar a viver, ou começar a viver. – comentou consigo mesmo na frente do espelho naquela noite, aquele era um dos poucos lugares em que podia pensar na sua vida em paz.
Liz nunca vivera realmente, na realidade, nunca soube quem ela era, nunca teve certeza de si. Quando namorava, era a Liz do namorado, e quando estava só, estava só. Não pensava em si sem ninguém, dependia da sombra de alguém pra se definir. Odiava quando tocavam nesse ponto, mas agora conseguia ver, de certa forma era uma Liz sem personalidade e estava disposta a achar a dela.
Mas não era uma completa falta de personalidade que a assolava, sabia qual estilo de música gostava, por quais filmes era apaixonada, sabia que amava flores, cães e a beleza em geral, mas no fundo não se sabia.

p.s:. Primeiramente gostaria de pedir desculpas por todo esse tempo ausente de postagens e de leituras dos blogs de todos, sei que andei sumido dos seus coments, mas peço para que não me abandonem. Esses dias foram difíceis, fiquei sem tempo até de me aproximar do pc e ele resolveu dar problemas tbm.

p.s.2:. O que eu escrevi hoje não é bem uma novela, mas acho mais belo descrevê-lo como um conto em capítulos, ou como a vida de Liz, vou escrever sobre ela até conseguir descobrí-la por inteiro, passado, presente e futuro.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

É apenas uma estréia


A barriga fica cheia de borboletas insanas
Voando descompassadamente e se chocando
Entre si e nas paredes do estômago
Aquela sensação de frio na barriga
Arrepiando os cabelos na nuca.

Os olhos tentam se manter fechados
Fechados pra não ver o que espera,
Pra tentar acabar com aquele nervosismo,
Pra matar as malditas borboletas,
Borboletas que dão vontade de ir ao banheiro.

As mãos suam sem parar,
A voz falha como a de um adolescente,
a boca seca, a perna treme.
Penso até ser um encontro, mas não,
É apenas uma estréia!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

(En)Lua(rada)


Fico na janela a admirar
Noites e noites a espreitar
A sombra que se desfaz na lua
Dando lugar à luz que ilumina a rua.

Será que ela está lá?
Papai um dia me disse
Que vovó foi para a lua
E que já não pode mais me visitar.
Como sinto saudades da vovó
Mas sei que ela está a sorrir para mim de lá.
Gosto de pensar que ela está enluarada...

Será que a lua é o céu?
Se for, que céu mais lindo...
Iluminado, cheio de gente boa...
E a vovó está lá a me esperar.

Quando eu for pra lua também
Vou sorrir todo dia pro povo de cá
Não vai faltar ninguém
Ninguém para eu admirar.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Ele é feliz...


“Acreditar no amor é preciso” – pensou Roberto após chegar em casa. Eram duas da madrugada, há dois meses atrás nesta hora estava chorando por alguém que num havia merecido uma lágrima sequer, hoje acabara de ter o melhor encontro da sua vida.
Havia encontrado a melhor companhia de sua vida, a melhor mulher de sua vida, A MULHER da sua vida. Ele havia encontrado a pessoa certa.
“Como eu não pude tê-la visto antes, ela sempre esteve ao meu lado. Quando eu mais precisei, ela estava aqui e eu cego não a vi. A vizinha considerada apenas uma amiga distante... Que ironia do destino, ela sempre passava a madrugada acordada vendo a luz branca do meu computador acesa enquanto eu chorava por outra, e justamente no dia que ela tomou coragem para falar comigo viu a luz da minha lareira acesa. Começamos a conversar, a malhar juntos, dava carona a ela para o trabalho e dois meses depois da luz laranja da lareira sou o homem mais feliz do mundo.”
Ele deixou o casaco sobre a cama do quarto, abriu o chuveiro e começou a se despir para um banho, um banho para lavar o passado e guardá-lo apenas como uma boa recordação, uma lembrança de um tempo que passou e não volta mais, e deixar o caminho completamente limpo para um novo homem, um homem sem medo de ser feliz, disposto a arriscar por sua felicidade, disposto a arriscar por Débora.
Débora, a linda mulher com a chave do seu coração, a sua liberdade, a sua felicidade...
Ele é feliz...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Ele estava livre...


“Como é duro acreditar no amor”, pensou Roberto em frente ao seu computador. Eram duas horas da madrugada e ele tinha seus olhos inchados. Só podia chorar nesse horário, achava que pareceria mais fraco se chorasse perto das pessoas, então se conformava em chorar nas madrugadas sobre as cartas de amor passadas, algumas rasgadas, algumas cuspidas, algumas pisadas e amassadas, mas sempre guardadas. Era a sua caixinha do sofrimento, sua caixinha do amor destroçado, do passado amedrontador, de todos seus fantasmas e feridas.
Era falar em Daniela pra sua caixa interior se abrir e a lembrança de todo o passado vinha à tona. Todos os momentos bons que haviam passado juntos e tudo que havia acontecido, o triste fim.
Seu ciúme funcionara como ácido em papel, corroeu tudo em um piscar de olhos, corroeu até o seu coração. Batera no melhor amigo dela, criou o namoro dele em uma prisão, uma prisão que ele mesmo inventou e na qual agora estava preso.
Deitou, sonhou. Sonhou com a liberdade, com a liberdade de viver, ficava com garotas nas festas, mas não sentia nada, estava bloqueado sentimentalmente. Uma bela mulher caminhava na direção dele em seu sonho, sua face era difusa, mas o perfume de rosas que exalava dela nunca seria esquecido, e a imagem do coração dela à mostra ficaria gravada em sua mente.
De manhã, ao ir por trabalho, aquele sonho ainda o perturbava, ainda o inquietava e o deixava ansioso, queria saber quem era aquela mulher. Com essa confusão mental saiu e foi trabalhar.
E a partir daquele dia tudo foi diferente, ele procurava aquela mulher em todas as mulheres que passavam pelo caixa que atendia no banco, antes ele procurava a Daniela em todas as mulheres, agora ele procurava a sua liberdade em todas as mulheres.
Ao chegar em casa, viu que muitas pessoas legais haviam passado pela vida dele naquele dia e decidiu abandonar o passado e pela primeira vez abriu sua caixa do sofrimento sem sofrer, apenas querendo se livrar de tudo aquilo. Pegou cada carta e leu para se despedir daquilo que um dia aconteceu e assim foi rasgando uma a uma e jogando na lareira. Ele estava livre...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Fale sobre amizade

Quanta dor eu estou sentindo, pois irei me separar de um dos meus mais valiosos amigos, às vezes ele me decepciona, às vezes não me entende e fica lerdando, às vezes cai e eu não tenho a menor votade de rir, mas só de ajudar e consertar. Irei me separar do meu pc até domingo. Talvez no lugar aonde eu estiver possa até tentar atualizar-me nos blogs da vida, mas acho difícil postar algo.

Mas aproveitarei meu fim de semana para ler, descansar e relaxar. E já que eu estava falando sobre amizade, gostaria de deixar mais um poema do meu arquivo sobre amizade. Foi uma amiga muito querida que fez para mim e me deixou extremamente feliz.

Fale sobre amizade

Amizade?!
Falar sobre ela?
Difícil, muito difícil...
Amizade algo que não se tem, se conquista,
Algo que não se quer se precisa,
Algo que jamais perde, afasta,
Algo que sempre vou ter quando estiver em qualquer momento,
algo na saúde, na doença, na riqueza e na pobreza, e não existe a morte pra separar!
Amizade, algo engraçado de provar, explicar, só sentimos.
Não tem por que, mais existe!
Amigo é aquele por quem temos essa amizade, que podemos compartilhar,
Que podemos contar,
Que podemos esperar,
Pois eles sempre estarão no mesmo lugar.
Amigos não esquecem,
Ele vem e nunca volta,
Como se déssemos uma passagem sem volta pro nosso coração!
Uma pessoa quando se é amiga de outra, nunca precisa esperar pedir, tem que fazer.
Precisa esperar cair, tem que segurar,
Nunca precisa mostrar que esta lá, basta apenas "um eu te adoro"!
Cresci ouvindo que a diferença do amor pra amizade, é que o amor vai e volta e a amizade sempre fica!
Por isso meu amigo, estou sempre aqui, e sempre lembre, eu te adoro e nao precise que eu esteja ai do seu lado, pois nossa amizade corta qualquer fronteira.

Thays Colletes de Carvalho

terça-feira, 15 de julho de 2008

Amigo


Amigo

Tão difícil descrição
Não faz jus ao juramento
De total fidelidade
Que sustenta a posição.

Amigos, dizem ter,
Mas poucos mesmos os têm
Sou sortudo, sou um deles
E acho que você também.

Cartas, lamúrias, fraquezas
Inícios, meios e fins
Paz, alegrias e tristezas

Não, talvez e sim
Todas lembranças marcantes
De alguém especial assim.

Como você.

“Meu caro amigo me perdoe, por favor, se não te mando uma notícia...”
Chico Buarque – Meu caro amigo



p.s:. Agora alguns esclarecimentos sobre o último post: 1 - Natália, não estou apaixonado, estava quando escrevi, agora não estou mais; 2 - O poema é meu, o escrevi tem um tempo já, assim como esse desse post; 3 - e se quiser pode me add sim tatah!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Por Você

Por Você

Por você eu já fui tudo,
Atleta, poeta e ator...
Por você eu já fui tudo,
Profeta, artista, pensador...

Por você posso ser tudo,
Sapo, príncipe, plebeu
Por você posso ser tudo,
Padre, rabino ou até judeu...

Por você posso contar histórias
Histórias de guerra, histórias de glórias
Histórias de reinos, mulheres, rainhas
Pensamentos meus, histórias minhas.

Por você eu serei tudo,
Por você eu serei nada,
Por você eu serei hoje, amanhã, sempre.

Sempre atrás do amor,
Sempre atrás da vida,
Sempre atrás de ti,
O impossível possível.

sábado, 12 de julho de 2008

Saudade

- Por que eu não consigo parar de pensar nele. E pensar dói. Nunca pensei que pensar fizesse o peito apertar de tal forma. Essa hora deve estar se deliciando com os ares europeus, com as paisagens européias, com as mulheres européias. Acho melhor parar de pensar nele. Vou ler o jornal agora. Isso! Vou ler o jornal agora. – Pensou Bruna em meios aos seus lençóis. Já era meio dia e ela ainda estava na cama, não havia escovado os dentes, se banhado, trocado os pijamas, desde que acordara apenas pensava em Rogério, seu namorado, há duas semanas na Europa. Ele tinha ganhado a viagem de presente da mãe por ter passado no vestibular, seria um belíssimo médico, e ela uma belíssima jornalista, juntos tinham um futuro brilhante.

- Bruna, vem almoçar minha filha. – Gritou a mãe da garota da cozinha. – Tem Purê de batatas hoje.

- Purê de batatas? Justamente o que o Rogério mais gosta, posso até imaginar ele sentado à mesa conosco no dia de seu aniversário, deixou de almoçar com o pai para vir comer comigo e com mamãe. – continuou Bruna sem sair da cama ao ouvir a mãe chamar. – Hoje não estou com muita fome. – Gritou em resposta do quarto buscando evitar as lembranças do namorado. Não que quisesse se esquecer dele, mas preferia não se lembrar para não sofrer com a saudade. – O jornal! Vou ler o jornal agora. Talvez leia os classificados, a política internacional...

O jornal se encontrava sobre a mesa da sala. Bruna saiu de seu quarto, seus passos abafados pelas grossas meias que usava nos pés. Pegou o jornal cuidando para não fazer muito barulho e atrair a mãe que a obrigaria a comer. No quarto as partes do jornal foram despencando no chão e nas mãos da garota ficaram apenas as páginas do caderno internacional, e na capa: “Manifestantes mortos no Tibete em passeata a favor da libertação do país”.

Seu sangue gelou, “E o Rogério, será que aconteceu algo com ele? Mas não é possível, será que o meu amor foi um desses mortos?”. Por um momento Bruna pensou no seu namorado sendo atacado por ferozes policiais chineses. “Mas o Tibete não fica na Ásia? Ufa, ele não foi ao Tibete, mas pode estar correndo todo perigo do mundo, o avião dele pode cair na volta... Pára Bruna, olha como você fantasia as coisas. Há uma hora dessas ele deve estar na Grécia bem em frente ao Partenon.” E caiu na cama novamente, abraçada no jornal, os olhos segurando algumas lágrimas.

Saudade, a perigosa metamorfose do urso. No começo é um lindo urso de pelúcia, início de saudade é gostoso; Depois é um belo urso panda, ainda lindo e inofensivo, mas já não se pode ficar carregando pra todo lado; Então é um urso polar, perigoso mas fantasioso, vale o risco pra ver de perto; No final é um horrível urso pardo, pronto pra te devorar a qualquer minuto, basta arriscar pra correr o risco.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Daughters

Daughters


Grata paternidade,
Amor de filho,
Melhor o de filha
É incomparável,
Não tem idade.

Um beijo,
Um abraço,
Um carinho,
Um afago,
O amor.

Amor puro e verdadeiro,
Sem maldade,
Intensidade
Ou piedade,
Apenas amor.

Não amor roubado,
Não amor doado,
Não amor tomado,
Não amor vendido,
Apenas amor.

Amor nascido,
Irrevogável,
Destino,
Karma,
“Pai.”




“Fathers, be good to your daughters”.
John Mayer

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Queria Deus

Queria Deus

Queria ter a criatividade de Deus.
Criou o sol e a chuva,
A mão e a luva,
Criou o brilho dos olhos teus.

Queria ter a sabedoria de Deus.
Saber quando andar e quando correr,
Quando amar e quando sofrer,
Saber a verdade dos sentimentos meus.

Queria ser forte como Deus.
Forte humilde quando ganhar,
Forte firme quando perder

Forte pra dor agüentar
Quando um filho entregar
Pra vê-lo morrer.

Eu realmente queria ser mais igual a Deus em tudo, ser mais forte, mais sábio, mais criativo. Saber aguentar todas as desventuras sem me render a desesperança, ter mais prudência e paciência, saber me reinventar em mim mesmo quando tudo parecer mt difícil.
Queria tanta coisa, que tudo desse certo, que todo dia fizesse sol, que todo dia fosse natal, que todos se amassem e que as pessoas q se ama nunca estivessem longe.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sempre-Agora

Sempre – Agora

Quando olho para ti, para seus ternos olhos, sua face marota sempre dizendo que aprontou algo, seu sorriso sem dentes querendo mostrar que é uma pessoa forte, quando olho para esse sublime retrato tomo noção do que Einstein disse com a sua Teoria da Relatividade, tratando-se de você, o tempo e o espaço são relativos. Não através de fórmulas compostas pelo coeficiente de Lorentz, mas pelo seu coeficiente de existência, FA (Fernandes Almeida).
Há tão pouco tempo juntos, mas há tanto tempo amigos. Separados por tantos quilômetros de distância estaremos, mas siameses no pensamento seremos. O seu coeficiente encurta as distâncias e aumenta o tempo e ainda faz caber nesses poucos meses todos os nossos anos de experiências partilhadas.
Paro agora e imagino, você, de vestido branco, uma margarida no cabelo, o sol brilhando em um céu azul, tulipas ao fundo em um lindo parque. Uma imagem de Amsterdã, mas na minha mente e em meu coração, não passa de mais uma tarde nos campos da federal...
Tão longe e tão perto, tão recente e tão eterna. Tão eterna que não consigo mensurar o início da nossa existência como opostos complementares, talvez quando Deus pensou em nos fazer gêmeos, ou talvez um, mas desistiu da idéia por que seria fácil demais para nós estarmos perto, então resolveu fazer de nós dois, mas se esqueceu de separar nossa essência, o que nos manteve unidos desde o limbo da criação da Terra.
Essência que me fez ter os seus pais como meus, roubar suas avós, roubar a mel, roubar suas datas, suas dores, seus pesares, seus ardores, me fez roubar você de você e me doar de mim para você.
Quero estar você, ser você, viver você, contar você Sempre e Agora!

p.s: É uma tentativa de positivação de resposta para todas as suas palavras até hoje, em cartas, telefones, scraps, e-mails, pvts de msn. É uma tentativa de resposta a você fisicamente na minha vida até hoje. Chame sua mãe para que ela leia para que ela nunca te deixe esquecer disso e sempre que sentir saudades passe em
www.silogismojuridico.blogspot.com e leia de novo, pois estou eternizando-te.

Beijão
Para Laís Fernandes Almeida
De Luiz Carlos Silva Faria Jr.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Vida

Vida


Ah, como eu queria ter a vida por toda a vida.
Uma vida desmedida,
Uma vida descabida,
Uma vida desiludida,
Uma vida, uma vida.

Uma vida que perdi
Pelas atribulações da vida,
Pela pressa despercebida.
A vida passar eu vi.

Perdi minha vida
Para ganhar tempo,
Agora perco tempo
Para ganhar vida.

Estes tristes versos
Com sentimentos diversos,
Às vezes perversos
De um velho poeta
Que não soube aproveitar a vida.
Outro poema bem antigo mas que merece estar aí!!!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ai que vontade de respirar você...

Ai que vontade de respirar você, de ver você, de sonhar com você, de ouvir você, de viver você... Trinta horas por dia, todos os segundos que se passam sem eu te ver, sem eu te ouvir, sem eu te sonhar, sem eu te viver.
Paro e me pergunto onde esteve por tanto tempo. Dentro de mim, perto de mim, transcendente a mim, no final, nada mais que sonhos, enfim. Você sempre esteve comigo, desde os meus sonhos pré-natalícios, a sua essência está em mim, impregnada nos meus móveis, nas minhas roupas, nas minhas músicas, nas minhas poesias, nos meus sonhos, na minha alma.
Certas músicas me lembravam você antes mesmo de você existir para mim, aquelas músicas com gosto de amor, aquelas músicas com cheiro de sorriso, aquelas músicas com aparência de luz. Tudo que remete a você, amor-sorriso-luz, quase uma separação silábica do seu nome que é precioso demais pra sair da minha boca sem ser para dizer que agora que você entrou corporalmente na minha vida, não te quero mais fora dela.

Caminho sem volta,
Tudo grita:
Proibido se arrepender!
Proibido voltar!
Proibido desistir!
Proibido deixar de sonhar!

Assim como disse Edith Piaf:

"Dê um conselho para as mulheres: AME!
Dê um conselho para os jovens: AME!
Dê um conselho para as crianças: AME!"

sexta-feira, 6 de junho de 2008

AMA!

AMA!


Mente amor...
(Simples)mente amor...
(Pura)mente amor...
(Justa)mente amor...
(Feliz)mente amor...

O amor não mente,
Simples, pura, justa, feliz(mente)
AMA!

Terno amor...
(Ma)terno amor...
(Fra)terno amor...
(Pa)terno amor...
(Adie)terno amor...

O amor tem todas as formas,
Mas não perde sua essência,
Pode ser chama,
Infinito enquanto dure ou adieterno,
Mas apenas
AMA!

O amor ama...
(Concl)ama...
(Recl)ama...
(Infl)ama...
(Decl)ama...

Qualquer que seja a ação do amor,
Ele faz de tudo,
Concl(ama), Recl(ama), Infl(ama), Decl(ama),
Somente para eternamente AMAR!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

PRECISO DE VOCÊ

PRECISO DE VOCÊ para saber falar e calar; sobretudo saber ouvir;
PRECISO DE VOCÊ para gostar de poesia, da madrugada, de passáros, do sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa;
PRECISO DE VOCÊ para ter um amor, um grande amor por alguém ou então sentir falta de não ter esse amor;
PRECISO DE VOCÊ para amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo;
PRECISO DE VOCÊ para guardar segredo sem me sacrificar;
PRECISO DE VOCÊ para ter um ideal e ter medo de perdê-lo, e no caso de assim não ser;
PRECISO DE VOCÊ para dividir o grande vazio que isso deixa;
PRECISO DE VOCÊ para ter ressonâncias humanas e sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
PRECISO DE VOCÊ para gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer;
PRECISO DE VOCÊ para ter os mesmos gostos, para ensinar e aprender;
PRECISO DE VOCÊ para gostar de coisas simples, de orvalhos, das grandes chuvas e das grandes recordações;
PRECISO DE VOCÊ para não enlouquecer, apesar da vasta lucidez que me atinge no momento;
PRECISO DE VOCÊ para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade;
PRECISO DE VOCÊ para que me diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem você;
PRECISO DE VOCÊ para não viver debruçado no passado em busca de "memórias perdidas";
PRECISO DE VOCÊ mesmo que esteja chorando, mas que esteja perto de mim;
PRECISO DE VOCÊ para todas as coisas porque só assim terei consciência de que ainda é válido "VIVER".


Essa poesia de um autor desconhecido, talvez o ex-namorado da Grazi, talvez não, merece um post.

Palmas para a boa poesia!!!!!!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Noite do Bolero

NOITE DO BOLERO

O dia amanheceu claro e azul como algodão-doce de quermesse, Luís Américo se levantou às seis e meia da manhã, deixando Stella deitada a dormir enrolada na colcha de retalhos feita por ela mesma para cobrir a cama de cerejeira do casal.
Eles eram um casal de classe média há muito casados, quase quarenta anos. Seus dois filhos, Robson e Rodolfo já eram homens com família formada e tinham suas vidas em outros lugares, um era advogado em Brasília e o outro, estivador em Santos. Stella era costureira e tinha fama de ser a melhor do bairro, fazia isso há quase quarenta anos, mas já estava na hora de descansar um pouco, suas costas reclamavam os 59 anos de idade muito bem vividos.
Luís era sócio do escritório de advocacia onde trabalhava e também já estava pensando em parar e aproveitar um pouco mais a vida ao lado de sua esposa, realizar seus sonhos, levar Stella para fazer o caminho de Santiago, fazer tudo que queriam e nunca tinham feito.
Naquela manhã de sexta, Luís despertou animado, aquele seria um dia especial para ele e Stella, havia comprado dois lugares para a noite do bolero, baile que acontecia há 45 anos e onde o casal se conheceu.
Após uma revigorante ducha matinal, ele foi à cozinha, fez café, vestiu um terno qualquer do armário e já se preparava para sair do quarto quando viu que Stella se mexia querendo acordar, encheu uma xícara de café para a esposa e se sentou na beirada da cama para assisti-la despertar.
- Bom dia Luís... – disse Stella meio sonolenta – Nossa, que horas são? Me atrasei para fazer o seu café. Você deve estar faminto. – Completou a senhora tentando se levantar da cama.
- Não se preocupe meu bem. Tome o seu café. Até mais tarde. – disse o esposo para depois dar um beijo rápido na mulher e sair com um belo sorriso no rosto.
Nada seria capaz de destruir o dia de Luís, nunca mais haviam ido à Noite do Bolero desde a noite em que se conheceram e se amaram à primeira vista. Aquela seria a surpresa de que tanto falava para Stella.
Entrou no carro e em um gesto automático levou a mão no porta luvas e tirou de lá uma fita antiga e empoeirada, que colocou no toca fitas sem olhar.

“Quero beijar-te as mãos, minha querida. Senta bem junto a mim, vem, por favor. És o maior enlevo da minha vida, és o reflorir do meu amor...”

Aquela música o pegou de surpresa, era Anísio Silva cantando a mesma música de 42 anos, a mesma música que dançou com Stella na Noite do Bolero, "Quero Beijar-te as Mãos". Ele atravessou a cidade para mais aquele dia de labuta pensando no que Stella acharia de tudo aquilo, se ela iria gostar do vestido e das flores que ele tinha mandado entregar e nem percebeu quando a lua já dominava o céu e ele parava o seu Fiat Uno na garagem.
Ao ver Luís sair àquela manhã, Stella sabia que havia algo diferente no marido, ele tinha brilho nos olhos como na juventude. Ela se levantou, tirou seu pijama, penteou os cabelos castanhos, arrumou a cama e foi ver a sujeira que o marido aprontara na cozinha com a brincadeira de fazer café.
Tudo estava completamente limpo, então ela foi para a sala de costura, um pequeno quarto com duas máquinas, um manequim, uma mesa coberta de tecidos e em um canto escondido, uma vitrola muito antiga sobre uma pilha de lps.
Aquela vitrola estava ali esquecida por quase um ano e Stella resolveu ver se ela ainda funcionava. Ao abrir sua tampa, constatou que ela já estava com um disco dentro, moveu a agulha e uma voz masculina vacilante encheu o lugar cantando:

“Quero beijar-te as mãos, minha querida. Senta bem junto a mim, vem, por favor. És o maior enlevo da minha vida, és o reflorir do meu amor...”

Era Anísio Silva cantando a música que foi o plano de fundo do encontro dela com Luís Américo na Noite do Bolero. Stella ficou naquele quarto por horas e quase não ouviu a campainha tocar ao fim da tarde.
- A dona Stella, por favor. – disse um rapaz com um buquê de rosas em uma mão e um bonito embrulho na outra, que entregou ambos para a bela mulher de cabelos castanhos e óculos que se apresentou como Stella. – Isso é para a senhora. Tenha uma boa tarde. – e saiu deixando-a parada à porta olhando para os presentes e procurando um inexistente cartão.
Por fim, colocou as rosas em um vaso sobre a mesa de jantar e foi abrir a caixa do embrulho que havia ficado sobre o sofá. Desfez os laços e removeu as fitas com cuidado para conservar a bonita caixa e teve seus olhos cheios de lágrimas ao retirar um vestido pérola semelhante ao que ela usou no dia 1 de Junho de 1959, 42 anos atrás.
Stella passou o fim daquele dia admirando o presente que sabia ter vindo do marido e se preparando para aquela noite especial.
Ao dar sete horas em ponto, ela já estava pronta a espera do marido, cabelo arrumado, maquiagem feita, cheirosa e ansiosa para o que a esperava aquela noite.
No horário habitual, 7 horas, Luís Américo chegou e foi logo abraçado pela esposa que o deu um beijo.
- Luís, mais de 40 anos juntos e você ainda vive me surpreendendo. - disse Stella largando-o.
- Você não viu nada, isso foi só o começo. Me aguarde dez minutos que temos um jantar dançante para irmos. - e entrou para o banheiro com um terno coberto no cabide.
Pouco tempo depois, Luís saiu do Banheiro já arrumado e deu um abraço por trás na esposa que se virou e viu um Luís Américo parecido com aquele por quem ela se apaixonou com 17 anos. Ele estava dentro de um terno branco impecável.
Os dois saíram como se fossem os mesmos de 1959, Luís estava ansioso e Stella estava excitada. O carro rodava pelas ruas da cidade à procura do salão do baile.
Luís havia apenas mandado colocar os nomes dos dois na porta, pois era muito esquecido e não queria carregar ingressos, mas não se lembrou de confirmar o endereço do local do baile e acabou parando em frente ao Boulevard, antigo clube. O mesmo da antiga noite do bolero. Os arredores estavam vazios e não havia muitos carros parados na rua, mas as luzes do salão do clube estavam acesas, então os dois saíram do carro e caminharam até a porta.
Tudo que “viam” tinha um ar meio ilusório, o lugar estava à meia luz, vários casais jovens estavam sentados conversando, as mãos se entrelaçando sobre as mesas espalhadas pelo salão, cobertas por lindas toalhas de linho branco. O espaço em frente ao palco estava vazio e a banda começaria a tocar naquele momento.

“Quero beijar-te as mãos, minha querida. Senta bem junto a mim, vem, por favor. És o maior enlevo da minha vida, és o reflorir do meu amor...”

E aquela música, a mesma de muitos anos atrás os embalava novamente, abraçados, de olhos fechados, no ritmo do bolero.
Dentro do salão estavam quatro homens montando uma estrutura de metal repleta de luzes, apressados e sem conversar, eles faziam o trabalho mecanicamente e pouco se assustaram com o casal abraçado, com os olhos fechados e dançando ao som de música nenhuma, no fundo do salão se lia em um painel, “Meus 15 anos. Jéssica”.

domingo, 1 de junho de 2008

Inspiração

Inspiração

Como me mata a falta de inspiração
Aperto o cérebro para um bom pensamento
Ouço Chico para criar um momento
E no final rimo arroz com feijão.

Leio Neruda
Tomo Cappuccino
Ouço Vinicius de Moraes,
E nada, que estado cretino!

Cretino por me impedir de amar
De rodar o mundo em segundos
Mesmo que seja só no pensar.

Cretino por essa criação
Triste tentativa de poema
Sobre a falta de inspiração...

Não preciso falar mais nada sobre o meu estado hoje, por isso não me cobrem nada mais do que apenas este poema... Sinto muito...

sábado, 31 de maio de 2008

Paulo e Virgínia

“Não, não te quero mais, agora eu que decido aonde vou...
Não, não suporto mais, prefiro andar sozinho como sou...”

(Chega – Mart’nalia)




- Cansei de viver assim, que se danem as algemas e os grilhões, que se danem os planos e os sonhos, quero a liberdade, quero viver. Respirar ar puro, levar vento no rosto, poder abrir os braços para o mundo, para a vida. Viajar, viajar sem sair do lugar, ter a liberdade de sair do lugar em pensamento, ser livre para pensar. – disse Virgínia antes de dar as costas para Paulo e sair andando em direção ao calçadão. Na beira do asfalto jazia a aliança prateada com detalhes de ouro com o nome de ambos a poucos centímetros do bico quadrado do sapato caramelo dele.

Os olhos de Paulo insistiam em olhar, marejados, os cabelos negros de Virgínia balançarem no caminho para longe deles.

- O que foi que eu fiz? Será que eu não fui bom o suficiente para que ela me amasse? Eu não a mereço, a tive por dez anos e não decidir por casar-me com ela, agora que ela foi embora sinto que faria qualquer coisa, me casaria quantas vezes fossem necessárias. – lamentou-se Paulo sentado na beira do asfalto com o par de alianças que um dia ele e Virgínia usaram na palma de sua mão úmida das lágrimas que pingavam de seus olhos e lhe embaçavam as vistas.

Para um lado a cidade alta e seu calçadão imponente com todos os postes de iluminação acesos com lâmpadas incandescentes, para o outro a decrépita cidade baixa com seus postes destruídos. Em sua frente e às suas costas, um frio parapeito de ferro cru da ponte da cidade.

Por um instante, aquela idéia lhe pareceu palatável. Sua mente e seu corpo já não lhe obedeciam mais, era uma enxurrada de pensamentos que passavam por sua cabeça. Quando se deu conta, estava a contemplar ao longe a espuma que o rio fazia ao correr na direção Norte. As alianças estavam em seus dedos e seus olhos estavam fechados, preferia não olhar o seu caminho nem o seu destino final se aproximar. Abriu os braços e por um momento sentiu a liberdade da qual Virgínia lhe falara, não existia mais.

Naquele momento, ninguém passava pela ponte nem o viu cair dela. Passaram-se dois dias e por grande ironia do destino, a primeira a sentir a falta de Paulo foi Virgínia, tão acostumada a suas ligações e constante mimo. Foi à casa dele e a encontrou vazia, a porta não estava trancada e sobre a mesa havia um buquê com as mais belas rosas que havia visto e junto delas uma caixinha de veludo que ao ser aberta por Virgínia mostrou um lindo par de anéis dourados. Ele iria pedi-la em casamento naquele dia, e ela nem o deixou falar, embora ele tanto insistisse.

Virgínia saiu correndo da casa de Paulo e foi para o lugar onde ele trabalhava, mas as portas estavam fechadas e um aviso noticiava que haviam fechado devido ao luto pela morte de Paulo de Andrade Leão, achado naquela manhã às margens do rio por pescadores.

Naquele momento uma pequena fresta da porta do armazém se abriu e de lá saiu um abatido senhor de nome Luís, que derramou mais uma lágrima ao ver Virgínia parada e atônita. Não conseguiu dizer nada de início, apenas abriu seus braços e recebeu as lágrimas da garota em sua camisa xadrez de linho.

- Ele foi achado a uma boa distância daqui pelo rio, ele estava irreconhecível, seu rosto desfigurado, apenas foi reconhecido pelo par de alianças que tinha nos seus dedos da mão direita. Por que ele estava com a sua aliança na mão Virgínia? – disse pesaroso o antigo patrão e segundo pai de Paulo.

- Foi o maior erro que já cometi na minha vida... – e caiu em prantos novamente.