Poemas são como ratos
Poemas são como ratos,
Fogem através dos ralos,
Escorrem através dos lábios.
São sujos, ligeiros, matreiros,
Belos, singelos, caseiros;
Ora de casa, ora da rua,
Ora pudica, ora toda nua.
Poemas curtos, longos,
Grandes e demorados;
Ratos, ratazanas,
Pequenos, alimentados.
E corações são como ratoeiras,
Todo poema para em um coração,
E todo rato por fim numa armação.
Luiz Américo