quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sempre-Agora

Sempre – Agora

Quando olho para ti, para seus ternos olhos, sua face marota sempre dizendo que aprontou algo, seu sorriso sem dentes querendo mostrar que é uma pessoa forte, quando olho para esse sublime retrato tomo noção do que Einstein disse com a sua Teoria da Relatividade, tratando-se de você, o tempo e o espaço são relativos. Não através de fórmulas compostas pelo coeficiente de Lorentz, mas pelo seu coeficiente de existência, FA (Fernandes Almeida).
Há tão pouco tempo juntos, mas há tanto tempo amigos. Separados por tantos quilômetros de distância estaremos, mas siameses no pensamento seremos. O seu coeficiente encurta as distâncias e aumenta o tempo e ainda faz caber nesses poucos meses todos os nossos anos de experiências partilhadas.
Paro agora e imagino, você, de vestido branco, uma margarida no cabelo, o sol brilhando em um céu azul, tulipas ao fundo em um lindo parque. Uma imagem de Amsterdã, mas na minha mente e em meu coração, não passa de mais uma tarde nos campos da federal...
Tão longe e tão perto, tão recente e tão eterna. Tão eterna que não consigo mensurar o início da nossa existência como opostos complementares, talvez quando Deus pensou em nos fazer gêmeos, ou talvez um, mas desistiu da idéia por que seria fácil demais para nós estarmos perto, então resolveu fazer de nós dois, mas se esqueceu de separar nossa essência, o que nos manteve unidos desde o limbo da criação da Terra.
Essência que me fez ter os seus pais como meus, roubar suas avós, roubar a mel, roubar suas datas, suas dores, seus pesares, seus ardores, me fez roubar você de você e me doar de mim para você.
Quero estar você, ser você, viver você, contar você Sempre e Agora!

p.s: É uma tentativa de positivação de resposta para todas as suas palavras até hoje, em cartas, telefones, scraps, e-mails, pvts de msn. É uma tentativa de resposta a você fisicamente na minha vida até hoje. Chame sua mãe para que ela leia para que ela nunca te deixe esquecer disso e sempre que sentir saudades passe em
www.silogismojuridico.blogspot.com e leia de novo, pois estou eternizando-te.

Beijão
Para Laís Fernandes Almeida
De Luiz Carlos Silva Faria Jr.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Vida

Vida


Ah, como eu queria ter a vida por toda a vida.
Uma vida desmedida,
Uma vida descabida,
Uma vida desiludida,
Uma vida, uma vida.

Uma vida que perdi
Pelas atribulações da vida,
Pela pressa despercebida.
A vida passar eu vi.

Perdi minha vida
Para ganhar tempo,
Agora perco tempo
Para ganhar vida.

Estes tristes versos
Com sentimentos diversos,
Às vezes perversos
De um velho poeta
Que não soube aproveitar a vida.
Outro poema bem antigo mas que merece estar aí!!!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ai que vontade de respirar você...

Ai que vontade de respirar você, de ver você, de sonhar com você, de ouvir você, de viver você... Trinta horas por dia, todos os segundos que se passam sem eu te ver, sem eu te ouvir, sem eu te sonhar, sem eu te viver.
Paro e me pergunto onde esteve por tanto tempo. Dentro de mim, perto de mim, transcendente a mim, no final, nada mais que sonhos, enfim. Você sempre esteve comigo, desde os meus sonhos pré-natalícios, a sua essência está em mim, impregnada nos meus móveis, nas minhas roupas, nas minhas músicas, nas minhas poesias, nos meus sonhos, na minha alma.
Certas músicas me lembravam você antes mesmo de você existir para mim, aquelas músicas com gosto de amor, aquelas músicas com cheiro de sorriso, aquelas músicas com aparência de luz. Tudo que remete a você, amor-sorriso-luz, quase uma separação silábica do seu nome que é precioso demais pra sair da minha boca sem ser para dizer que agora que você entrou corporalmente na minha vida, não te quero mais fora dela.

Caminho sem volta,
Tudo grita:
Proibido se arrepender!
Proibido voltar!
Proibido desistir!
Proibido deixar de sonhar!

Assim como disse Edith Piaf:

"Dê um conselho para as mulheres: AME!
Dê um conselho para os jovens: AME!
Dê um conselho para as crianças: AME!"

sexta-feira, 6 de junho de 2008

AMA!

AMA!


Mente amor...
(Simples)mente amor...
(Pura)mente amor...
(Justa)mente amor...
(Feliz)mente amor...

O amor não mente,
Simples, pura, justa, feliz(mente)
AMA!

Terno amor...
(Ma)terno amor...
(Fra)terno amor...
(Pa)terno amor...
(Adie)terno amor...

O amor tem todas as formas,
Mas não perde sua essência,
Pode ser chama,
Infinito enquanto dure ou adieterno,
Mas apenas
AMA!

O amor ama...
(Concl)ama...
(Recl)ama...
(Infl)ama...
(Decl)ama...

Qualquer que seja a ação do amor,
Ele faz de tudo,
Concl(ama), Recl(ama), Infl(ama), Decl(ama),
Somente para eternamente AMAR!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

PRECISO DE VOCÊ

PRECISO DE VOCÊ para saber falar e calar; sobretudo saber ouvir;
PRECISO DE VOCÊ para gostar de poesia, da madrugada, de passáros, do sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa;
PRECISO DE VOCÊ para ter um amor, um grande amor por alguém ou então sentir falta de não ter esse amor;
PRECISO DE VOCÊ para amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo;
PRECISO DE VOCÊ para guardar segredo sem me sacrificar;
PRECISO DE VOCÊ para ter um ideal e ter medo de perdê-lo, e no caso de assim não ser;
PRECISO DE VOCÊ para dividir o grande vazio que isso deixa;
PRECISO DE VOCÊ para ter ressonâncias humanas e sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários.
PRECISO DE VOCÊ para gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer;
PRECISO DE VOCÊ para ter os mesmos gostos, para ensinar e aprender;
PRECISO DE VOCÊ para gostar de coisas simples, de orvalhos, das grandes chuvas e das grandes recordações;
PRECISO DE VOCÊ para não enlouquecer, apesar da vasta lucidez que me atinge no momento;
PRECISO DE VOCÊ para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade;
PRECISO DE VOCÊ para que me diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem você;
PRECISO DE VOCÊ para não viver debruçado no passado em busca de "memórias perdidas";
PRECISO DE VOCÊ mesmo que esteja chorando, mas que esteja perto de mim;
PRECISO DE VOCÊ para todas as coisas porque só assim terei consciência de que ainda é válido "VIVER".


Essa poesia de um autor desconhecido, talvez o ex-namorado da Grazi, talvez não, merece um post.

Palmas para a boa poesia!!!!!!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Noite do Bolero

NOITE DO BOLERO

O dia amanheceu claro e azul como algodão-doce de quermesse, Luís Américo se levantou às seis e meia da manhã, deixando Stella deitada a dormir enrolada na colcha de retalhos feita por ela mesma para cobrir a cama de cerejeira do casal.
Eles eram um casal de classe média há muito casados, quase quarenta anos. Seus dois filhos, Robson e Rodolfo já eram homens com família formada e tinham suas vidas em outros lugares, um era advogado em Brasília e o outro, estivador em Santos. Stella era costureira e tinha fama de ser a melhor do bairro, fazia isso há quase quarenta anos, mas já estava na hora de descansar um pouco, suas costas reclamavam os 59 anos de idade muito bem vividos.
Luís era sócio do escritório de advocacia onde trabalhava e também já estava pensando em parar e aproveitar um pouco mais a vida ao lado de sua esposa, realizar seus sonhos, levar Stella para fazer o caminho de Santiago, fazer tudo que queriam e nunca tinham feito.
Naquela manhã de sexta, Luís despertou animado, aquele seria um dia especial para ele e Stella, havia comprado dois lugares para a noite do bolero, baile que acontecia há 45 anos e onde o casal se conheceu.
Após uma revigorante ducha matinal, ele foi à cozinha, fez café, vestiu um terno qualquer do armário e já se preparava para sair do quarto quando viu que Stella se mexia querendo acordar, encheu uma xícara de café para a esposa e se sentou na beirada da cama para assisti-la despertar.
- Bom dia Luís... – disse Stella meio sonolenta – Nossa, que horas são? Me atrasei para fazer o seu café. Você deve estar faminto. – Completou a senhora tentando se levantar da cama.
- Não se preocupe meu bem. Tome o seu café. Até mais tarde. – disse o esposo para depois dar um beijo rápido na mulher e sair com um belo sorriso no rosto.
Nada seria capaz de destruir o dia de Luís, nunca mais haviam ido à Noite do Bolero desde a noite em que se conheceram e se amaram à primeira vista. Aquela seria a surpresa de que tanto falava para Stella.
Entrou no carro e em um gesto automático levou a mão no porta luvas e tirou de lá uma fita antiga e empoeirada, que colocou no toca fitas sem olhar.

“Quero beijar-te as mãos, minha querida. Senta bem junto a mim, vem, por favor. És o maior enlevo da minha vida, és o reflorir do meu amor...”

Aquela música o pegou de surpresa, era Anísio Silva cantando a mesma música de 42 anos, a mesma música que dançou com Stella na Noite do Bolero, "Quero Beijar-te as Mãos". Ele atravessou a cidade para mais aquele dia de labuta pensando no que Stella acharia de tudo aquilo, se ela iria gostar do vestido e das flores que ele tinha mandado entregar e nem percebeu quando a lua já dominava o céu e ele parava o seu Fiat Uno na garagem.
Ao ver Luís sair àquela manhã, Stella sabia que havia algo diferente no marido, ele tinha brilho nos olhos como na juventude. Ela se levantou, tirou seu pijama, penteou os cabelos castanhos, arrumou a cama e foi ver a sujeira que o marido aprontara na cozinha com a brincadeira de fazer café.
Tudo estava completamente limpo, então ela foi para a sala de costura, um pequeno quarto com duas máquinas, um manequim, uma mesa coberta de tecidos e em um canto escondido, uma vitrola muito antiga sobre uma pilha de lps.
Aquela vitrola estava ali esquecida por quase um ano e Stella resolveu ver se ela ainda funcionava. Ao abrir sua tampa, constatou que ela já estava com um disco dentro, moveu a agulha e uma voz masculina vacilante encheu o lugar cantando:

“Quero beijar-te as mãos, minha querida. Senta bem junto a mim, vem, por favor. És o maior enlevo da minha vida, és o reflorir do meu amor...”

Era Anísio Silva cantando a música que foi o plano de fundo do encontro dela com Luís Américo na Noite do Bolero. Stella ficou naquele quarto por horas e quase não ouviu a campainha tocar ao fim da tarde.
- A dona Stella, por favor. – disse um rapaz com um buquê de rosas em uma mão e um bonito embrulho na outra, que entregou ambos para a bela mulher de cabelos castanhos e óculos que se apresentou como Stella. – Isso é para a senhora. Tenha uma boa tarde. – e saiu deixando-a parada à porta olhando para os presentes e procurando um inexistente cartão.
Por fim, colocou as rosas em um vaso sobre a mesa de jantar e foi abrir a caixa do embrulho que havia ficado sobre o sofá. Desfez os laços e removeu as fitas com cuidado para conservar a bonita caixa e teve seus olhos cheios de lágrimas ao retirar um vestido pérola semelhante ao que ela usou no dia 1 de Junho de 1959, 42 anos atrás.
Stella passou o fim daquele dia admirando o presente que sabia ter vindo do marido e se preparando para aquela noite especial.
Ao dar sete horas em ponto, ela já estava pronta a espera do marido, cabelo arrumado, maquiagem feita, cheirosa e ansiosa para o que a esperava aquela noite.
No horário habitual, 7 horas, Luís Américo chegou e foi logo abraçado pela esposa que o deu um beijo.
- Luís, mais de 40 anos juntos e você ainda vive me surpreendendo. - disse Stella largando-o.
- Você não viu nada, isso foi só o começo. Me aguarde dez minutos que temos um jantar dançante para irmos. - e entrou para o banheiro com um terno coberto no cabide.
Pouco tempo depois, Luís saiu do Banheiro já arrumado e deu um abraço por trás na esposa que se virou e viu um Luís Américo parecido com aquele por quem ela se apaixonou com 17 anos. Ele estava dentro de um terno branco impecável.
Os dois saíram como se fossem os mesmos de 1959, Luís estava ansioso e Stella estava excitada. O carro rodava pelas ruas da cidade à procura do salão do baile.
Luís havia apenas mandado colocar os nomes dos dois na porta, pois era muito esquecido e não queria carregar ingressos, mas não se lembrou de confirmar o endereço do local do baile e acabou parando em frente ao Boulevard, antigo clube. O mesmo da antiga noite do bolero. Os arredores estavam vazios e não havia muitos carros parados na rua, mas as luzes do salão do clube estavam acesas, então os dois saíram do carro e caminharam até a porta.
Tudo que “viam” tinha um ar meio ilusório, o lugar estava à meia luz, vários casais jovens estavam sentados conversando, as mãos se entrelaçando sobre as mesas espalhadas pelo salão, cobertas por lindas toalhas de linho branco. O espaço em frente ao palco estava vazio e a banda começaria a tocar naquele momento.

“Quero beijar-te as mãos, minha querida. Senta bem junto a mim, vem, por favor. És o maior enlevo da minha vida, és o reflorir do meu amor...”

E aquela música, a mesma de muitos anos atrás os embalava novamente, abraçados, de olhos fechados, no ritmo do bolero.
Dentro do salão estavam quatro homens montando uma estrutura de metal repleta de luzes, apressados e sem conversar, eles faziam o trabalho mecanicamente e pouco se assustaram com o casal abraçado, com os olhos fechados e dançando ao som de música nenhuma, no fundo do salão se lia em um painel, “Meus 15 anos. Jéssica”.

domingo, 1 de junho de 2008

Inspiração

Inspiração

Como me mata a falta de inspiração
Aperto o cérebro para um bom pensamento
Ouço Chico para criar um momento
E no final rimo arroz com feijão.

Leio Neruda
Tomo Cappuccino
Ouço Vinicius de Moraes,
E nada, que estado cretino!

Cretino por me impedir de amar
De rodar o mundo em segundos
Mesmo que seja só no pensar.

Cretino por essa criação
Triste tentativa de poema
Sobre a falta de inspiração...

Não preciso falar mais nada sobre o meu estado hoje, por isso não me cobrem nada mais do que apenas este poema... Sinto muito...