quinta-feira, 28 de agosto de 2008

É apenas uma estréia


A barriga fica cheia de borboletas insanas
Voando descompassadamente e se chocando
Entre si e nas paredes do estômago
Aquela sensação de frio na barriga
Arrepiando os cabelos na nuca.

Os olhos tentam se manter fechados
Fechados pra não ver o que espera,
Pra tentar acabar com aquele nervosismo,
Pra matar as malditas borboletas,
Borboletas que dão vontade de ir ao banheiro.

As mãos suam sem parar,
A voz falha como a de um adolescente,
a boca seca, a perna treme.
Penso até ser um encontro, mas não,
É apenas uma estréia!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

(En)Lua(rada)


Fico na janela a admirar
Noites e noites a espreitar
A sombra que se desfaz na lua
Dando lugar à luz que ilumina a rua.

Será que ela está lá?
Papai um dia me disse
Que vovó foi para a lua
E que já não pode mais me visitar.
Como sinto saudades da vovó
Mas sei que ela está a sorrir para mim de lá.
Gosto de pensar que ela está enluarada...

Será que a lua é o céu?
Se for, que céu mais lindo...
Iluminado, cheio de gente boa...
E a vovó está lá a me esperar.

Quando eu for pra lua também
Vou sorrir todo dia pro povo de cá
Não vai faltar ninguém
Ninguém para eu admirar.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Ele é feliz...


“Acreditar no amor é preciso” – pensou Roberto após chegar em casa. Eram duas da madrugada, há dois meses atrás nesta hora estava chorando por alguém que num havia merecido uma lágrima sequer, hoje acabara de ter o melhor encontro da sua vida.
Havia encontrado a melhor companhia de sua vida, a melhor mulher de sua vida, A MULHER da sua vida. Ele havia encontrado a pessoa certa.
“Como eu não pude tê-la visto antes, ela sempre esteve ao meu lado. Quando eu mais precisei, ela estava aqui e eu cego não a vi. A vizinha considerada apenas uma amiga distante... Que ironia do destino, ela sempre passava a madrugada acordada vendo a luz branca do meu computador acesa enquanto eu chorava por outra, e justamente no dia que ela tomou coragem para falar comigo viu a luz da minha lareira acesa. Começamos a conversar, a malhar juntos, dava carona a ela para o trabalho e dois meses depois da luz laranja da lareira sou o homem mais feliz do mundo.”
Ele deixou o casaco sobre a cama do quarto, abriu o chuveiro e começou a se despir para um banho, um banho para lavar o passado e guardá-lo apenas como uma boa recordação, uma lembrança de um tempo que passou e não volta mais, e deixar o caminho completamente limpo para um novo homem, um homem sem medo de ser feliz, disposto a arriscar por sua felicidade, disposto a arriscar por Débora.
Débora, a linda mulher com a chave do seu coração, a sua liberdade, a sua felicidade...
Ele é feliz...